2014-03-31

UMA JANELA PARA O MUNDO.
( Publicada na sexta-feira no jornal Correio Beirão). 




UMA JANELA PARA O MUNDO.

            Não é certamente por causa da neblina poluente que, ao abrir a janela esta semana, quase sou obrigado a um pisca-pisca de olhos e de olhares que me causam apreensão. Mais do que a FN (Frente Nacional) em França – com a preciosa ajuda de Hollande – franjo o sobrolho ao que pode vir a ser o princípio do fim de Maduro na Venezuela. Incapaz de exorcizar os fantasmas, o homem já vê conspirações em tudo quanto é sítio. Mas, ao contrário do que sucedeu com Chavez, a situação económica e social é muito débil. Bastará um pequeno passo para que a sua liderança populista esteja minada. Pode ser um rastilho para outros países da América do Sul, mas a grande preocupação reside no facto de ali viverem e trabalharem muitas centenas de milhar de portugueses. 
            No que respeita à Crimeia e à Rússia, a corda já foi esticada para além da capacidade de tensão. Se é certo que a Crimeia é um caso arrumado – por muito que os EUA e a UE tentem esgrimir com o argumento de que o Kosovo foi diferente [foi e foi muito, mas sempre de forma unilateral por parte dos “vencedores” militares] – o mesmo já não acontece com o que ainda está para vir. O ambiente “nacionalista” de Putin vai ter muitas dificuldades para explicar o “afastamento” da Rússia do G-8 [até novas núpcias], com todas as consequências económicas e financeiras que se possam imaginar, para além do facto de ter começado a fuga de capitais do país. O aumento do preço do gás – perigoso se for excessivo – não chegará para cobrir o “desfalque”. Vamos estar atentos.
AB

António Bondoso
Março de 2014

Eu sou o pobre nº 11.000.000.
A propósito da minha crónica de sexta-feira no Correio Beirão.



RUMORES…
…sobre este admirável mundo novo, de pobreza – também de espírito – e de falta de vergonha que vai conduzindo ao “desaparecimento” do país. Somos apenas a “praia” dos nórdicos!

         Eu sou o pobre nº 11.000.000. Virtualmente, claro – pois a natalidade é cada vez mais complexa. Mas dá jeito. Pelo menos aos (des) governantes. Para eles, o que conta é o momento presente – pois são eles que (e se) governam. Quem vier a seguir…que abra a torneira, se puder! Por agora, dá jeito cortar no número de creches, de educadores de infância, de professores. Para conter o défice. O país – logo se vê!
            Para além de perdermos 150 cidadãos por dia, anexemos a pobreza e depois a miséria e tenhamos a coragem de ir somando os prejuízos que esta governação neoliberal nos vai causando. Sob os auspícios da “troika”, que o mesmo é dizer da alta finança ou dos mercados sem rosto. Mas eles sabem que, “se nada for feito” – para inverter o curso, claro – o país não é sustentável.
            Pouco importa. O país já não existe, foi oferecido à UE – em bandeja dourada – somos apenas a “praia” dos nórdicos! Eles ditam as leis e nós cumprimos. Na semana passada já aqui deixei a explicação que Maquiavel nos ensinou há séculos.
            Quarenta anos depois da “esperança” que nos foi devolvida, as fracas e vergonhosas “lideranças” políticas não foram capazes de guardar os avanços que tivemos na educação, no ensino, na saúde. O que de bom conseguimos foi sendo perdido na roleta europeia da desmedida ambição dos alargamentos sucessivos, sem nos preocuparmos com a “logística” de uma retaguarda que salvaguardasse novos horizontes.
            Neste ponto sem retorno, instalou-se o medo de provocar roturas que possam abrir outros caminhos, prefere-se o comodismo de não fazer ondas, de aluno certinho – mas acéfalo – do que os mercados chamam consenso ou compromisso. Sem isso, dizem, estaremos perdidos. Mas é bom que possamos não esquecer o ditado “perdido por cem, perdido por mil”. Por isso, devemos arriscar. E, como soi dizer-se na gíria futebolística, é preciso colocar a carne toda no assador! Só falta escolher o “assador”.
António Bondoso

Jornalista – CP.359

2014-03-25

SE NÃO FIZERMOS QUESTÃO...

Foto de A.Bondoso

NESTA VIDA EM QUE MORREMOS…(A Publicar)

Entre o nascer
E o ser
Revela-se acontecer
Que há uma vida marcada
Com perguntas sem resposta.

Nesta vida intermitente
Que não sabemos…
Mas temos
Podemos escolher o rumo
Selecionar a função
Será tudo um tempo outro
Ter outra vida na mão.

Nesta vida em que morremos
Sem poder dizer que não,
Admirável mundo novo
De perigos confirmados,
Jamais nos levantaremos
Se não fizermos questão!
======A. Bondoso (A Publicar)

Foto de A.Bondoso
António Bondoso
Março de 2014

2014-03-22

NÃO SE "ARQUIVE" A LIBERDADE...
É uma tentação de gente mal formada e mesquinha nos tempos que vão correndo. Por isso, nesta marca do tempo celebrada, convém todos os dias alertar quem ainda tem um pingo de consciência. Para que a "cadeia" desperte e o sorriso volte ao princípio pintado de muitas cores!



A LIBERDADE TEM COR?(A Publicar)

A liberdade tem cor
De cada um a pintá-la.

Nem raça nem credo…nem género
Toda a liberdade que se agarra
Tem um carimbo talhado
Desenhado
Construído palmo a palmo
Como se fora um tesouro.

Se formos nós a pintá-la
A liberdade tem cor.

Do negro dos nossos olhos
Do azul esverdeado
O brilho da liberdade
Tem essa forma dourada
Que ofusca o tom cinzento
Do que já foi arquivado.
===== A. Bondoso (A Publicar)


Foto de A.Bondoso
António Bondoso
Março de 2014
PORQUE É SEMPRE PRECISO UM OLHAR INFORMADO!...........




UMA JANELA PARA O MUNDO

Depois de confrontado com um sol radioso ao abrir da dita, veio ao meu encontro este recente olhar de Ramos Horta sobre a Guiné-Bissau: o país “é um oásis de tolerância num continente onde há muitos problemas étnicos e religiosos”. E citou como exemplo apenas a Nigéria, a República Centro Africana, o Mali e a Somália. Porque há mais!
            E porque há mais – alguns já mereceram mesmo que tivesse aqui aberto a janela- faz-me lembrar a ligeireza com que os media [sobretudo europeus e aqueles que mais notam e sentem o correr do tempo] tratam certos assuntos. E mesmo os que se dizem especializados! Sempre houve a errada forma – por ignorância de quem escreve ou por uma visão eurocêntrica e deformada – de tudo ver com os “olhos de cá”.
            Na Guiné-Bissau, realçou Ramos Horta – que é o enviado da ONU para acompanhar o processo de transição [mais um] no país – não há guerra, apesar dos problemas causados pela elite política ou classe castrense. Fica o registo de que as eleições de Abril, se o processo chegar ao fim, possam decorrer de forma pacífica e consequente. Para isso, diz Ramos Horta, a comunidade internacional deveria estar mais atenta aos gestos de moderação, paz e serenidade dos Chefes Religiosos.
A.B.    



A PROPÓSITO DA MINHA CRÓNICA DE SEXTA-FEIRA NO CORREIO BEIRÃO...



RUMORES…
…sobre a oportunidade da visão maquiavélica da política e sobre os aprendizes de feiticeiro que se continuam a perfilar neste país moribundo, onde a injustiça dói e a vergonha mata!
            Temos memória, e por isso nos recordamos, que Cavaco Silva enviou para o TC a lei que o governo pretendia fazer executar sobre as pensões e reformas. O Tribunal Constitucional chumbou a ideia…mas – há sempre um mas! – terá deixado a porta entreaberta para que o objetivo governamental fosse alcançado de outra forma. E foi assim que, no OE, ficou garantida MAIS UMA VEZ a fórmula da aplicação da CES. Surpresa? Nem por sombras! Cavaco Silva, que havia supostamente inchado com a sua decisão de chutar para canto o problema – enviou para o TC quando deveria ter vetado – decidiu, aliás na linha de previsões do governo, não questionar a inconstitucionalidade do OE. E então? É inconstitucional…mas vamos sempre pagar! O que, em verdade, não acontece com os juízes – incluindo os do TC que haviam chumbado a lei – e com os diplomatas. Isto, a que chamam Portugal, será um país – porventura? Nem vale a pena falar em Estado de Direito!
            Assim, só podemos aplaudir as conclusões de um estudo a propósito das “Percepções sobre a União dos Portugueses” solicitado pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. De acordo com o jornal Público, “Portugueses têm orgulho no país e vergonha do sistema político e económico” – particularmente do modo como funciona a democracia. Felizmente ressalta a ideia de que 60% dos inquiridos sente muito orgulho em ser português, número acrescido de mais 26% que, apesar de tudo, ainda se sentem algo orgulhosos! E sobre os feitos…sempre a gesta dos descobrimentos e o 25 de Abril de 1974.
            No meio de tudo isto, o que vemos dos novos navegantes? NADA! Sem liderança – diz o estudo que não há “líderes reconhecidos” – resta-nos o relógio pacóvio do PP a marcar os dias da Troika e a acutilância de PPC e dos seus apaniguados a dizer mal do melhor documento que se produziu nos últimos tempos sobre a reestruturação da dívida. Mas – felizmente há ainda quem tenha alguma lucidez – aparece Silva Peneda, Presidente do Conselho Económico e Social e membro da família do PSD, a dizer que não é verdade que o programa de ajustamento tenha sido um sucesso. Não falando em consensos mas sim em compromisso para gerar confiança… Silva Peneda toca no fundo:- “o programa de ajustamento agravou as desigualdades em Portugal, destruiu a classe média e a reforma do Estado confinou-se à redução da despesa, através de cortes aplicados aos funcionários públicos e pensionistas”.
            Brilhante Maquiavel que, no capítulo V do seu “Príncipe” (ponto1) diz que só há 3 maneiras de conservar a posse de um Estado que se conquistou e que estava habituado a viver segundo as suas leis e em liberdade:- “a primeira é arruiná-los; a segunda, ir habitá-los pessoalmente; a terceira, deixá-los viver segundo as suas leis, cobrando-lhes um tributo e instalando um governo composto de poucos homens que garantam que continuará a ser teu amigo. Porque, sendo esse Estado uma criação do príncipe, sabe que não pode subsistir sem a sua amizade e poderio, e tudo fará para manter a sua autoridade. Não se desejando arruiná-la, mais facilmente se conserva uma cidade habituada a viver em liberdade por intermédios dos seus cidadãos que de qualquer outro modo”.
            Por isso não resisto a citar o meu amigo e Prof. Jorge Bento:- “As afirmações e aventuras do poderio alemão sempre trouxeram desgraças à Europa. Esta lição da história precisa de ser relembrada, porque corresponde à realidade atual.
Estudei na Alemanha, aprecio a fundura, o rigor e a solidez dos seus pensadores. Mas, pouco a pouco, afasto-me dela. Metem-me medo a arrogância e a insensibilidade de muitos dos seus líderes políticos. A Frau Merkel parece ter sido escolhida a preceito, para ressuscitar os fantasmas e horrores provocados pela ânsia de hegemonia dos alemães. À proclamação 'Deutschland über alles' respondamos, a plenos pulmões: NEIN!”.
António Bondoso

Jornalista – CP 359. 

2014-03-20


É PRECISO...

Foto de A.Bondoso

É PRECISO (A Publicar)

É preciso saber…
É preciso saber regar as plantas
É preciso entender a linguagem das flores
É preciso alma para por nas árvores
Em cada ramo duas folhas de amores.

É preciso criar…
É preciso é urgente cuidar da vida
De toda a natureza que meus olhos veem
É fundamental que ela seja lida
Querida e amada e bem percebida.

É vital saber
É urgente cuidar
É preciso entender
É preciso amar!
========A. Bondoso (A Publicar)

Foto de A.Bondoso
António Bondoso
Março de 2014


2014-03-19

SER PAI.

Foto de A.Bondoso
Ao meu pai, em memória, e a todos os que antes dele foram pais e me trouxeram à vida, fica o registo do que ofereço ao meu filho na esperança de que o ciclo se complete. E ainda para que ele não esqueça a memória de outros pais que dele igualmente foram e nele da mesma forma viveram.

Ser pai (A Publicar)
Ser filho
Ser filho do pai e pai do filho
É ter um sorriso de vida
A emoção de um olhar
A certeza de que estamos e que somos.

Um filho prolonga
E um pai alonga
O tempo e no tempo que vivemos.  

Cúmplice do pai
Companheiro do filho
A circunstância de sermos
E de amarmos.
==== A. Bondoso (A Publicar)

Foto de A.Bondoso

António Bondoso
Março de 2014

2014-03-17


UM ESTADO DE ALMA



UM ESTADO DE ALMA

Enquanto o burro do papagaio dava a conferência de imprensa, eu estive a encher a alma com uma reportagem da TVI no Huambo. Onde José Graciano vai recuperando, na instituição Okutiuka, dos traumas de um país que já venceualgumas batalhas…mas ainda não ganhou a guerra. O sorriso de Graciano, poeta – como foi o 1º Presidente de Angola, Agostinho Neto, que ele sabe – mostrou-se equipado a rigor com uma camisola azul e branca e o emblema do FCP, assinada por Pedro Emanuel e que teve um primeiro destinatário em Portugal. Mas naquele corpo é um monumento.
Graciano - gosta de futebol mas também muito de poesia. Escrever e publicar um livro é o seu sonho.
A uma editora que queira dar asas a este jovem adulto do Huambo, deixo o desafio. “Okutiuka – Acção Para a Vida” é uma ONG dirigida por Sónia Ferreira que acolhe jovens abandonados, física e mentalmente!
A.B.

OKUTIUKA ----- http://youtu.be/3goaa3L9uRA


António Bondoso
Março de 2014

2014-03-14

HÁ RUMORES DE LIVROS E DE...ELEFANTES NESTE MEU ESPAÇO.



RUMORES…
…sobre como um livro pode ser objeto de uma crónica e sobre a rara “qualidade/capacidade” de alguns elefantes para reconhecerem a linguagem dos humanos e identificarem se estes podem ser uma ameaça.
            A primeira reação que tive ao ler esta notícia, no JN, foi – ora aí está uma oportunidade para provar a “teoria”…colocando elefantes em S. Bento ou na Gomes Teixeira. Mas depois pensei melhor e decidi ir mais longe: porque não levar os simpáticos paquidermes para Bruxelas e Berlim? É que, assim, poderemos chegar à conclusão de que a “teoria” já tem milénios. Muito antes de Cristo (A.C.), saberão (?) da História, o general Cartaginês Aníbal Barca utilizou os mamíferos de tromba para tentar conquistar o império romano. É verdade que o não conseguiu…Mas também é verdade que – antes da derrota – ficou a saber quem era e não era de confiança. Não recebeu reforços e esperou em vão a adesão dos povos itálicos. Refugiou-se, então, na Síria – agora de novo tão martirizada – e mais tarde na Bitínia, na Ásia Menor, onde se suicidou para não ser preso.
            A minha conclusão, portanto, é a de que os mangas de alpaca “acomodados” em Bruxelas – ou em Estrasburgo – e os indivíduos/políticos ao serviço da alta finança, quer em Frankfurt, quer em Berlim, não são de confiança. Naturalmente para os povos que defendem a democracia, os direitos fundamentais e a solidariedade – entre os quais o português e o grego.
            Numa primeira análise simplista, poderão sempre dizer – até mesmo com certa legitimidade – alguns menos avisados:- mas para isso não serão assim tão necessários os elefantes! Puro engano, porém. É que, de acordo com a investigadora Karen McComb, da Universidade de Sussex (Reino Unido) – que orientou o estudo no Quénia - "Os diferentes grupos de seres humanos podem representar vários níveis de perigo para os animais que vivem ao seu redor". Bastará imaginar os portugueses no lugar dos elefantes, para perceber que estamos em perigo. Perante a UE, perante a União Monetária para a qual se caminha como carneiro para o cepo, perante tanta gente que influencia o funcionamento das Bolsas – os famosos mercados!
            Mas isto, claro, são apenas rumores que nos vão alimentando, tal como esse terrível documento que portugueses de diversas funções e convicções entenderam elaborar e assinar em favor da “reestruturação da dívida” de Portugal. Que todos sabem ser impossível pagar nos prazos e com os juros acordados. O simples facto de podermos “voltar” livremente aos “mercados”…significa somente mais dívida. Logo, mais sacrifícios para os portugueses que menos podem. E segundo o insuspeito Pinto Balsemão, reestruturar a dívida é, muitas vezes, um ato de boa gestão!
             É neste “ponto parágrafo” que entra o livro de que falei no início: “SECRETARIADO – Visão Estratégica para a Competitividade”! Da autoria da Professora Universitária Paula Marques dos Santos e editado pelas “Edições Esgotadas”, o livro é como que um manual do que se pode chamar “Secretariado Contemporâneo” e nasce com base nos ensinamentos que Paula Santos foi transmitindo e partilhando, ao longo dos últimos anos, aos e com os alunos do Curso de Secretariado de Administração que funciona na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego – uma extensão do Instituto Politécnico de Viseu. A relevância prática da formação foi reconhecida pelo Presidente da ESTGL, Álvaro Bonito, tal como pela diretora do curso, Ana Branca:- o livro é vivenciado e é um dos pilares da Escola, projetando – mais do que o saber – o saber fazer! Uma visão sistémica e um desafio complexo, sobretudo quando é preciso inovar e ser competitivo. Sem esquecer – diz a autora – a importância de “consciencializar para os problemas relacionados com a ética, a discriminação e a necessidade de profissionalismo”.
António Bondoso
Jornalista – CP.359

Março de 2014

2014-03-10

É HORA DE ROTURAS...
A propósito das declarações de hoje, de Mário Soares, aqui deixo a minha posição solidária...recuperando a minha crónica de sexta-feira passada no jornal Correio Beirão. 


RUMORES…
… sobre a celebração dos 40 anos do golpe militar de 25 de Abril de 1974 que conduziu à revolução dos cravos e ao renascimento de um povo e de um país. E que agora se pretende calar – um – e destruir – o outro!
         Fiquei a saber esta semana, por ter lido um texto de Mário Soares no Diário de Notícias, que o governo tem um programa para assinalar a efeméride, contendo sete pontos – programa que o ex-presidente da República classificou de “inacreditável”, pois em parte alguma do documento se refere o Movimento dos Capitães ou o MFA ou os militares de Abril.
            Cumprindo-se o programa, é natural que se acabe por referir – de alguma forma – os antecedentes e as consequências do “Movimento”, sem esquecer, naturalmente, o percurso difícil para se democratizar, descolonizar e desenvolver Portugal. E não foi obra do acaso. Foi preciso batalhar muito para chegar onde se chegou – nomeadamente nos aspetos sociais e culturais que a Constituição de 1976 consagrou, mesmo tendo em conta as sete revisões que já sofreu. Os mercados e um grupo de politiqueiros mal formados nas “jotinhas” foram-se encarregando de destruir a economia e eliminar os objetivos iniciais da “revolução dos cravos”!
Por outro lado, no programa esquece-se a Rádio Renascença mas destaca-se a TSF; nada melhor do que um arquiteto para “dirigir” o itinerário do 25 de Abril e o que se designa por “evolução sociológica da sociedade” merece bem a exposição que se prepara. O que não se explicita é se, neste ponto, está por exemplo incluído o importantíssimo papel que as autarquias – o Poder Local – tiveram no desenvolvimento do país, concretamente nas regiões do interior e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
Refletindo um pouco, recordo-me por exemplo de ter salientado na dedicatória do meu livro “…DA BEIRA! Alguns Poemas e Uma Carta Para Aquilino”(2008), o espírito e a força do Poder Local – renascido após o 25 de Abril de 1974 – e de ter reconhecido, como cidadão atento e preocupado, o papel dos detentores desse Poder, particularmente àqueles todos que inscreveram o seu nome no Salão Nobre do edifício da Câmara Municipal de Moimenta da Beira. Foi a terra que me viu nascer e na qual “tudo me pertence sem ser meu”, pois é igualmente a terra de meus pais e aqui nasceram e repousam meus avós.
Numa recente entrevista que me concedeu, para o jornal Correio Beirão, o atual Presidente – José Eduardo Ferreira – que está a preparar sem grandes alardes um digno programa para celebrar “Abril”, diz exatamente que a vida autárquica é feita de uma partilha permanente e mais relevante em tempo de dificuldades, “sendo a contribuição de cada um de nós indispensável, por muito modesta que possa parecer. O que a região tem que fazer é estabelecer objetivos comuns e bater-se por eles, longe de qualquer individualismo”. Um desses objetivos – que José Eduardo Ferreira considera como uma área de sucesso em Moimenta da Beira – é a educação e o ensino: - “Temos visivelmente uma escola de qualidade, reconhecida na região, o que constitui, também, mais um fator de atratividade”.
E isto – são rumores, digo eu – nenhum programa de nenhum governo poderá deixar de atribuir à revolução de Abril, que nasceu com o Movimento das Forças Armadas.
António Bondoso
Jornalista – CP.359. 




Tesourinhos deprimentes!


Oi....o papagaio falou de novo. E até disse que o querem matar! Deprimente! E uma parolice, claro! É bom que a PJ não deixe de investigar. 
E ATENÇÃO...PORTISTAS E DESPORTISTAS. 
NÃO SE DEIXEM ENGANAR...como diz o Jerónimo da política. Estão a "preparar" o jogo de domingo. APENAS ISSO...
E deixo um "aviso" à navegação:- Depois de uma "cultura" instalada no Dragão de displicência, de medo de assumir e de controlar o jogo, de omissão na responsabilidade individual e coletiva - não se recupera a alegria de jogar (tática e tecnicamente) de um dia para o outro. NÃO SE DEIXEM ENGANAR !
O "recado" é para todos... sobretudo para os descrentes. É preciso controlar e disciplinar os "génios" (qual paradoxo!)...mas não lhes cortem a alegria de jogar e a capacidade de assumir. Com força mental.

António Bondoso.
Março de 2014. 


2014-03-08


 O Dia Int. da Mulher...não é um dia qualquer. 
Merece uma atenção muito particular.


"UMA MULHER… (A Publicar)
(In nomine)


Ela passa e aparece
Como quem sempre merece
Atenção e projeção.
É filha de um Deus Maior
E sabe até guardar segredo
Que retalhe o coração.

É uma mulher destemida
- Há quem diga determinada -
Por certo desinibida
Arrogante quanto baste
E de nariz empinado.

Mas cultiva também doçura
No que ao amor diz respeito.
Enche de carinho o peito
Aconchega nele o rosto
Dos seus amores sem defeito,
E afaga com as mãos e os lábios
Salientes
Tanto os cabelos do desejo
E de uma paixão assumida,
Ou a têmpora macia
Do suave rebento do seu ventre.

Ela
Mulher amante
Tanto corpo sedutor

Ela
Mulher de sempre
No bater de um coração

Ela
Mulher agora
Sinal de rara beleza

Ela
Mulher do mar
De todo o céu e dos astros

Ela
Mulher sofrida
Mulher de todos os dias
Rejeita a condição escrava
E mesmo ser adulada.
Condena de modo firme
Do assédio toda a arte
Para não ser violentada
Porém…
Bem mais respeitada.

Ela
Mulher igual
Companheira confidente
Mãe moderna e atraente,
Cultiva o perdão no peito
Trabalha mais do que o jeito
Sem recuar um momento.
=================== A. Bondoso (A Publicar)